domingo, 4 de maio de 2008

Rolling Stones - Shine a Light

Os novos tempos consolidaram o desejo de expor os atos mais íntimos. O obsoleto, vejam vocês, é tentar ganhar o público "apenas" com arte, obra e criatividade. Por isso, a surpresa quando o novo filme dos Rolling Stones foge de discussões, cenas de bastidores e reações destemperadas fora do palco montado no Beacon Theatre, em Nova York. Shine a Light, parceria dos dinossauros com o diretor - não menos experiente - Martin Scorsese, aponta para dois shows que a banda fez no local, em 2006. Mesmo na intimidade de um teatro, comandados por um cineasta que tem na edição classuda e na agilidade da câmera dois de seus pontos fortes, o documentário não traz mais do que a luz em cima de uma apresentação do grupo. Filmando com dezessete câmeras espalhadas na famosa casa de shows, Scorsese tratou de não perder um lance sequer. No momento em que Keith Richards cospe seu cigarro, o foco do nova-iorquino está de tocaia; quando Buddy Guy pisca para Mick Jagger, não faltam ângulos e tomadas para preencher a edição. Scorsese, esperto, recrutou o que havia de melhor em Hollywood no quesito operadores de câmeras e diretores de fotografia.O espectador respira o mesmo ar que Jagger, Richards, Wood e Charlie Watts. De atípico há um set list que resgata velharias e traz convidados aleatórios: Buddy Guy (em "Champagne and Reefer"), Jack White (em "Loving Cup") e Christina Aguilera (em "Live with Me"). Entre as canções, o diretor sacou do baú entrevistas com seus integrantes. Na mais paradoxal delas, Jagger diz que deve continuar sua carreira por mais um ano - isso em plenos anos 60. Infelizmente, afetações e disputas de ego entre banda e diretor são manifestadas somente no início do longa, quando Scorsese discute sobre a elaboração do palco e o set list, que é divulgado segundos antes de Mick Jagger estourar na tela. Acostumados a espetáculos grandiosos (Stones) e a assinar seu nome em documentários do porte de um No Direction Home, de Bob Dylan (Scorsese), Shine a Light faz água quando não tenta subverter nenhuma regrinha. Grande diretor, estupenda banda, dólares à vista. Mas em tempos de overdose de You Tube e reality shows, a dupla poderia se despir um tanto mais.

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RAÍZES

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Bonecas de barro,são vendidas no mercado modelo,cidade baixa.custam em media R$:8,00

RAÍZES II

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BONECAS DE BARRO

GORDINHAS DA ONDINA

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"Entitulado como As Meninas do Brasil, o monumento é um trabalho da artista baiana Eliana Kertész. Expostas na Ademar de Barros desde dezembro de 2004, as meninas são uma homenagem às raças negra, branca e índia, que deram origem ao povo brasileiro. Elas foram batizadas com os nomes de Damiana, Mariana e Catarina e feitas em bronze, cada uma com cerca de três metros de altura."

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